O caso está também a ser investigado pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde, Entidade Reguladora da Saúde e Administração Regional de Saúde do Centro. Cláudia Costa, professora, e Ricardo Monteiro, 36 anos, técnico de cardiologia na ULS da Guarda e bombeiro em Pinhel, há vários anos que alimentavam o sonho de serem pais. Depois de se submeter a vários tratamentos de fertilidade, Cláudia Costa estava grávida de Íris e tudo parecia correr como "um sonho", refere um amigo da família. A marcação da cesariana tinha sido feita na quarta-feira, para as próximas semanas.
Tudo acabou quando a mulher deu entrada na urgência obstétrica às 09h30 de quinta-feira. No serviço estavam dois obstetras, mas, segundo uma fonte hospitalar, ambos estavam ocupados. Um comunicado da ULS da Guarda refere que a mulher apresentava perdas de sangue "pouco significativas" e quatro minutos depois foi feito um registo RCT – que serve para monitorizar a gravidez. "Feita a ecografia fetal, foi confirmada a morte do feto", refere a nota.
Cláudia Costa está fisicamente bem, mas a situação afetou toda a família. Ontem à tarde, o marido, os pais e os sogros de Cláudia deixaram o hospital abraçados e em lágrimas. Contactada pelo CM, a mãe da parturiente, Ester Costa, recusou prestar declarações. O ambiente no hospital – onde trabalha, tal como o marido da filha – era de consternação. Ester Costa "andava muito feliz e entusiasmada porque ia ter a primeira neta", conta uma colega. Ontem, o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes afirmou que "é necessário agir para ter a certeza de que não falhou nada que não devesse ter falhado".
Fonte: Correio da Manhã.