A Câmara Municipal de Caminha anunciou que está disposta a ceder ao Estado instalações para que o centro de atendimento da Segurança Social em Vila Praia de Âncora não encerre. Miguel Alves informou, em reunião do executivo, que o concelho está em risco de perder mais um serviço importante para os munícipes, situação que tem vindo a ser equacionada com o director regional da Segurança Social. O presidente da câmara deixou claro que lutará até às últimas consequências para contrariar o que tudo indica ser uma decisão irrevogável do Governo.
O centro de atendimento da Segurança Social de Vila Praia de Âncora funciona em instalações arrendadas pelo Estado e emprega cinco pessoas, que, em média, atendem 70 utentes diariamente. Miguel Alves realçou que, para além da população da Vila, o centro serve todo o Vale do Âncora, sendo o serviço imprescindível, sobretudo numa altura em que o número de desempregados no concelho ainda é relevante, ultrapassando as 800 pessoas.
Miguel Alves partilhou com o restante executivo que, após um primeiro sentimento de indignação, por mais um ato centralizador que penaliza a população, impôs-se encontrar numa solução, em diálogo com o director regional da Segurança social, que tem até demonstrado abertura para um entendimento. A câmara não tem dado publicidade ao assunto, preferindo tentar o diálogo sereno e apresentar sol uções. No entanto, o assunto foi tornado público pela Agência Lusa, “impondo-se assim o esclarecimento da população”.
Tudo indica, infelizmente, que o Governo já tomou uma decisão. Foi comunicada ao proprietário do espaço onde está instalado o serviço a rescisão do contrato de aluguer, a partir de 31 de Dezembro próximo.
Miguel Alves apresentou entretanto uma solução ao Centro Distrital da Segurança Social de Viana do Castelo para manter o serviço de atendimento de Vila Praia de Âncora, disponibilizando um espaço, numa zona nobre da Vila. “Em causa estão também os cinco postos de trabalho”, refere nota do município.
Ainda há relativamente pouco tempo, tendo o Governo decidido encerrar dois estabelecimentos de ensino, em Venade e Riba de Âncora, foi possível encontrar uma solução intermédia que, embora com custos avultados para o município, minimizou os transtornos para a população, impedindo que as crianças de Venade tivessem de ser transferidas para Moledo. A câmara vai aguardar a resposta, mas Miguel Alves admite tomar outras medidas, se o Governo persistir em fechar o centro de atendimento e assim prejudicar a população. O presidente defende um serviço público de proximidade e de qualidade, não aceitando que o Vale do Âncora em geral seja mais uma vez prejudicado “pelo ímpeto economicista e centralista”.
Fonte: Correio do Minho.