O País que gere 25% das fortunas privadas de estrangeiros, e que desde 1934 tinha as contas protegidas pelo segredo bancário, vai deixar de ser o local preferido de empresários e milionários para depositar dinheiro. A Suíça começa hoje a reunir os dados bancários dos clientes estrangeiros que são clientes dos seus 266 bancos, no âmbito de um intercâmbio de informação acordado com 38 parceiros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). Bancos como o UBS e o Crédit Suisse já não poderão guardar segredos.
Há décadas que o país tinha um sistema bancário quase impenetrável, causando dificuldades aos países que queriam reunir os dados dos seus cidadãos com contas na Suíça. Só a enorme pressão internacional para acabar com a evasão fiscal e os fundos de origem ilícita conseguiu ir fazendo, nos últimos anos, que fossem criados acordos bilaterais com alguns países para troca de informações. Durante muito tempo, por exemplo, a Suíça resistiu a entregar dados de clientes americanos aos EUA: a história só acabou quando o Departamento de Justiça (o equivalente ao Ministério da Justiça nos EUA) ameaçou retirar a licença do banco UBS do país, acabando a Suíça por ter de entregar os dados de 4450 clientes americanos. Depois disso, devido a escândalos com dados roubados e investigações externas, as quebras de sigilo bancário tornaram-se cada vez mais frequentes.
A resistência dos banqueiros tem sido grande, mas políticos como Stefan Fluckiger, embaixador da Suíça para a OCDE, tem aproveitado para frisar que a assinatura da Convenção “confirma o compromisso da Suíça para a luta global contra a fraude fiscal”. Apesar de o sigilo bancário começar a ser quebrado já este ano, só em 2018 a Suíça começará, de forma automática, a trocar os dados bancários com outros países. Fonte: Visão.