Blogue sobre notícias relacionadas com Vila Praia de Âncora e também com o País.

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sábado, 11 de março de 2017

Foto Assunção Cristas

A líder do CDS, Assunção Cristas, disse este sábado que não houve nenhuma responsabilidade política na transferência de quase dez mil milhões de euros para offshores sem o conhecimento da Autoridade Tributária e Aduaneira, entre 2011 e 2014.

“Neste momento é muito claro que não houve nenhuma responsabilidade política no que tem a ver com as transferências [para paraísos fiscais] em concreto”, afirmou aos jornalistas em Perrães, à margem de uma visita a um lar de idosos do Complexo Social da Associação dos Amigos de Perrães (AMPER), localidade da freguesia de Oiã, no concelho de Oliveira do Bairro (distrito de Aveiro).

“Às vezes há uma tentativa de confundir os temas entre o que é publicar informação e o que é a informação que existe”, sustentou. "Aliás", disse ainda, "ouvimos o [atual] secretário de Estado [dos Assuntos Fiscais] que mesmo que tivesse sido publicada uma informação ela teria sido publicada com erros, porque, de facto, houve uma falha no sistema informático”, que “só agora foi detetada”.

Além disso, destacou Cristas, “ficámos a saber que boa parte das transferências ocorreu já no tempo” do atual Governo. E ainda que “aparentemente o que está em causa são problemas técnicos, informáticos e é preciso apurar porque aconteceram”, disse, assegurando que as pessoas do CDS-PP são “as mais e as primeiras” interessadas em que “tudo seja apurado” e que contribuirão ativamente para que isso aconteça.

“Não temos receios nesta matéria, queremos que tudo seja clarificado”, realçou.

“Do lado do CDS e do lado do doutor Paulo Núncio” não há “nenhum tipo de constrangimento, pelo contrário, há todo o empenho” no sentido de fazer com que “tudo venha a ser apurado e esclarecido e que não haja dúvidas sobre a atuação de todos os intervenientes” no caso da transferência de quase 10 mil milhões de euros para paraísos fiscais sem o tratamento pela Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), entre 2011 e 2014.

Sobre o facto de o anterior secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio, ter sido advogado durante três anos da empresa petrolífera venezuelana PDVSA, responsável pela “maior fatia” da saída daquela verba para os ‘offshore’, a presidente do CDS-PP considerou que “as pessoas quando chegam aos cargos governamentais, normalmente têm um passado profissional”.

“É natural” que assim seja e “isso é positivo porque também qualifica as pessoas para poderem exercer determinadas funções”, defendeu Assunção Cristas.

“Creio que, obviamente, tudo tem de ser apurado, mas no CDS não temos nenhum receio de qualquer apuramento de questões neste caso”, até porque tanto o atual secretário de Estado dos Assuntos Fiscais como “os três diretores-gerais [da AT]”, que já foram ouvidos na comissão parlamentar, disseram que este “caso de transferência para ‘offshore’ não tem a ver com a questão de publicação ou não publicação das estatísticas”, sustentou a ministra do anterior Governo e líder dos centristas.

“Não houve nenhum tipo de interferência política nesta matéria”, insistiu.

O assunto “começou com uma grande suspeita e crítica e, na verdade, veio-se a apurar que, aparentemente, tem na sua base um problema informático” e “nós aguardamos com muita tranquilidade e serenidade que a Inspeção-Geral das Finanças faça o seu trabalho, que verifique o que se passou”, concluiu Assunção Cristas.

“O CDS está na linha da frente na procura do apuramento de toda a verdade”, assegurou.

Fonte: Expresso.

quinta-feira, 9 de março de 2017

primeiro-ministro, António Costa, e o líder da oposição, Passos Coelho


O debate quinzenal desta quarta-feira tinha como tema o crescimento económico sustentado – escolhido pelo Governo – mas destacou-se pelo tom crispado e alterado das acusações trocadas entre o primeiro-ministro, António Costa, e o líder da oposição, Passos Coelho.

No início do debate, Costa defendeu que a "realidade impôs-se ao pessimismo e hoje ninguém pode deixar de reconhecer os progressos obtidos pelo nosso país ao longo do último ano", dando o exemplo das contas públicas, do mercado de trabalho e na actividade económica ou na confiança. "Os bons indicadores sobre Portugal confirmaram-se", sublinhou.

Quando se discutia o crédito mal parado, Passos voltou a acusar o líder do Executivo de ter tentado responsabilizar o Governo liderado por Passos no caso das offshores. E partiu para o ataque. "Pelo menos peçam desculpa pelas intenções que lançaram para a praça pública. Sabemos que não existem nas transferências offshore nada que envolva responsabilidade política" da coligação. "Sabemos que mais de metade daquilo que supostamente não passou pelo crivo do fisco devia ter passado já depois do Governo que liderei ter cessado funções", disse Passos, acrescentando: "Não pede desculpa por tentar enlamear as pessoas que estiveram no seu lugar."

A resposta de Costa não se fez esperar, tendo o primeiro-ministro dito que Passos o conseguia "sempre surpreender pela desfaçatez". "Há 15 dias esteve aqui a insultar-me, pôs o seu líder parlamentar a insultar-me, fez fugas para a comunicação social sobre uma reunião da bancada onde me chamou vil, soez. Permitiu-se ofender a comunicação social dizendo que uma notícia do Público era plantada pelo Governo", começou por acusar, rematando: "E agora ainda queria que eu pedisse desculpa. É preciso muita desfaçatez!".

O episódio provocou agitação nas bancadas socialista e social-democrata, com sucessivos pedidos de defesa de honra. O primeiro partiu de Passos, dizendo haver "limites para a desonestidade no debate político." "Nunca pensei que tivesse de invocar esta figura regimental nesta câmara", confessou. Para o presidente social-democrata, Costa "não perde uma oportunidade de desqualificar os seus adversários", algo que "nem nos tempos de pior memória" se lembra de um primeiro-ministro o fazer. Também o líder da bancada "laranja", Luís Montenegro, usou do mesmo direito dizendo que "o primeiro-ministro é mal-educado com aqueles que aqui [na Assembleia da República] representam os portugueses".

Costa reagiu para dizer que Passos "não usou da palavra para defender a sua honra, mas para mais um episódio da teoria que quer construir de que há crispação e degradação do ambiente parlamentar". "Não há crispação no País, nem no Parlamento. O que há é uma bancada ressabiada", rematou. 
Fonte: Sabado.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Cavaco diz que Sócrates interferiu em negócio da Caixa Geral de Depósitos

Segundo uma notícia do jornal Público, no livro de memórias, o ex-Presidente da República diz que o então primeiro-ministro pediu ao banco público que desse uma garantia a uma empresa no negócio da auto-estrada de Trás-os-Montes.

Nas confidências sobre as Quintas-feiras e outros dias, o antigo Presidente da República deixa escapar uma acusação a José Sócrates, dizendo que o ex-primeiro-ministro lhe contou que fez um pedido à Caixa para dar garantias "de avultado montante" a "uma certa empresa". Cavaco Silva não diz qual o valor da garantia, nem qual a empresa, mas diz que Sócrates lhe contou o pedido que fez à administração da CGD. Esta versão difere do que Santos Ferreira, presidente da Caixa durante o tempo em causa, disse na comissão de inquérito, negando a interferência do Governo nos negócios do banco público.

"Quando, seguidamente, me contou que o Governo tinha pedido à Caixa Geral de Depósitos para que concedesse uma garantia de avultado montante para que uma certa empresa pudesse concorrer à concessão da auto-estrada transmontana, percebi que não tinha tido sucesso no meu esforço didáctico sobre a afectação de recursos em tempo de escassez de crédito". Com este desabafo, o ex-Presidente da República mostra que, para si, houve uma ingerência directa do primeiro-ministro num negócio da CGD.

Cavaco Silva não identifica a empresa em causa, contudo, tendo em conta o caso, só há duas possibilidades. À concessão da auto-estrada transmontana concorreram dois consórcios liderados por duas empresas de construção portuguesas, a Soares da Costa e a Somague. A Soares da Costa teria, segundo apurou o PÚBLICO, garantias de outros bancos, incluindo espanhóis, para entrar no negócio. As garantias a que o Presidente se refere como de "avultado montante" terão sido dadas à concorrente, a Somague, que acabaria por sair derrotada da concessão.

Nas quase 600 páginas do livro, o antigo Chefe de Estado não menciona mais nenhuma interferência directa do Governo na CGD, à parte da nacionalização do BPN e do papel que o banco público desempenharia.
Fonte: Público.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

PCP pondera boicote à nova comissão de inquérito à CGD
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, referiu no domingo, à saída da reunião do comité central do partido, que está a aguardar pela concretização do anúncio de uma nova comissão de inquérito ao banco público, e só depois decidirá o que será feito.

Os partidos de esquerda não podem impedir a formação de uma comissão de inquérito potestativa, mas podem impedir que os trabalhos se iniciem. Para isso, basta aos partidos não nomearem deputados para a referida comissão.

Todos os partidos de esquerda têm-se mostrado contra a ida ao Parlamento das mensagens de texto trocadas entre Mário Centeno e António Domingues, considerando que seria “inconstitucional” analisar essas trocas privadas de mensagens no Parlamento.

A troca de mensagens e documentação que a oposição quer analisar é referente ao período que decorreu entre a negociação para a nomeação da anterior administração da CGD, liderada por António Domingues, até ao pedido de demissão pelo ex-gestor.
Fonte: RTP.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017


Só quando as pessoas começarem a ir às urnas votar contra os partidos corruptos, é que Portugal terá futuroNão se esqueçam que quem não toma decisões no dia de votar, aguenta com as decisões dos que foram votar. Atenção o voto branco e nulo, também não decidem nada.
Dado que só votos em partidos entram nas contagens, o que penaliza um partido, não é a abstenção ou votos brancos/nulos, é votar noutro partido - porque se não votarmos, não estamos a negar o voto a ninguém. Estamos apenas a deixar que as decisões se concentrem num conjunto mais restrito do eleitorado, uma minoria - que inclui sempre as clientelas dos partidos e os clubistas acríticos.
Temos também de esquecer o hábito da idolatria onde os maiores partidos são instituições que muitos acreditam que se devem preservar ao longo do tempo, independentemente do seu desempenho: com as regras actuais, temos sim de mostrar aos partidos que são descartáveis e têm de se esforçar para obter o apoio do eleitorado, caso contrário serão descartados.
Por isso, o que me chateia na vossa abstenção é a falta de colaboração num trabalho importante. Não é uma questão de direitos ou deveres cívicos em abstracto. O problema é concreto. Temos uma tarefa difícil, da qual depende o nosso futuro, e vocês ficam encostados sem fazer nada.
Isto tem consequências graves para a democracia. Quando a maioria não quer saber das propostas dos partidos, está-se nas tintas para o desempenho dos candidatos e nem se importa se cumprem os programas ou não, o melhor que os partidos podem fazer para conquistar votos é dar espectáculo. Insultarem-se para aparecerem mais tempo na televisão ou porem o Marinho Pinto como cabeça de lista, por exemplo. Vocês dizem que se abstêm porque a política é uma palhaçada mas a política é uma palhaçada porque vocês não votam.
A culpa é vossa porque não é preciso muita gente votar em palhaços para os palhaços ganharem. Basta que a maioria não vote. Também é por vossa culpa que os extremistas estão a ganhar terreno, e pela mesma razão. É fácil pôr os fanáticos a votar. Basta abanar o pano da cor certa e, se mais

ninguém vota, eles ficam na maioria. Mas se vocês colaborassem e se dessem ao trabalho de avaliar as propostas dos partidos, se os responsabilizassem pelas promessas que fazem e votassem de acordo com o que acham ser a melhor solução, deixava de haver palhaços, interesseiros e imbecis na política.
ARTIGO COMPLETO: http://apodrecetuga.blogspot.com/2015/09/so-votos-em-partidos-entram-nas.html
UMA VERDADE TRISTE DE CONSTATAR: PORTUGUESES AINDA NÃO SABEM USAR A DEMOCRACIA
Neste video explica-se que em Portugal ainda se vive sob a tradição aristocrática. 40 anos e ainda não sabemos usar a democracia. Os políticos e os eleitores ainda têm hábitos e vícios da corte, os políticos abusam das mordomias e do poder e os eleitores, aceitam subservientes. Não sabem participar na politica e aceitam o excessivo poder e as mordomias sem perceber que estamos numa democracia e é o povo que tem o direito de travar o poder e as mordomias dos abusadores.

Eleitores com hábitos de corte, não sabem usar a democracia
O povo ainda é demasiado subserviente ao poder. Em Portugal o poder politico ainda está em palácios. E desde o tempo de Afonso Henriques que Portugal é dominado por elites, governado por elites e para as elites. O eleitor não se sente representado porque ele na realidade não escolhe, não participa, não reclama a si o seu poder de limitar e punir os partidos e políticos abusadores, aristocratas e elitistas, nas urnas. Fonte: Youtube/ZitaPaiva.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Fotografia - Mário Centeno - Ministro das Finanças

Nuno Magalhães, deputado do CDS-PP esclarece posição do partido relativamente às declarações do ministro das Finanças sobre a CGD

"O senhor ministro tem a oportunidade de se retratar. Se não o fizer nada está excluído, o que não afasta uma participação-crime". É com esta declaração de Nuno Magalhães ao Jornal Económico que o CDS esclarece a posição transmitida ontem através de João Almeida, no seguimento do "caso Domingues/CGD".

Em conferência de imprensa, os centristas defenderam que o que importa é perguntar a Mário Centeno se "quer voltar atrás" nas declarações que fez à comissão parlamentar de inquérito (CPI) à CGD. Não querendo, "há consequências penais da mentira", disse o deputado João Almeida, referindo o crime de perjúrio.

Nuno Magalhães especificou a possibilidade se o partido vir a avançar para uma queixa-crime.

O caso prende-se com o facto de Mário Centeno ter dito por escrito à comissão, respondendo a um requerimento do CDS, que "inexistem trocas de comunicações" entre o ministério das Finanças e António Domingues sobre as condições que este colocou para aceitar presidir à Caixa Geral de Depósitos.

Ora a documentação ontem revelada pelo jornal digital Eco mostra que houve mesmo troca de comunicações sobre esse assunto.

CDS e PSD vão voltar a chamar o ministro das Finanças à Comissão Parlamentar de Inquérito. O ministro das Finanças, Mário Centeno, repudiou esta quinta-feira as acusações do CDS-PP relativas à omissão de informações sobre a CGD e acusou o partido de truncar factos para produzir uma "vil tentativa de assassinato" do seu caráter.
Fonte: DN.

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Fotografia de António Almeida Santos
António Almeida Santos morreu na noite passada, segunda-feira, 18 de Janeiro de 2016.

O histórico político do partido socialista sentiu-se mal em casa, onde acabou por falecer. Estava à beira de celebrar 90 anos (nasceu a 15 de fevereiro de 1926).

Era presidente honorário do partido e foi ministro de vários governos. A última vez que tinha tido funções governamentais foi no IX Governo Constitucional, liderado por Mário Soares, onde ocupou o cargo de Ministro de Estado.

A notícia foi confirmada no facebook por Carlos César, atual líder parlamentar do PS.

Ainda no domingo Almeida Santos tinha participado numa ação de campanha das presidenciais em apoio a Maria de Belém. Na Figueira da Foz afirmou que a política portuguesa ainda não tinha tomado consciência do que deve à mulher portuguesa e vaticinou que se no dia 24 a candidata perdesse as eleições ganharia da próxima vez:
“Não será a última vez que me ouvireis: a próxima vez que a Maria de Belém se candidatar eu cá estarei com ela, porque nessa altura já vai ser muito difícil derrotá-la, muito difícil. Lembrem-se disso, do que eu vos digo hoje: se não ganhar desta vez, não sei se ganha se não, da próxima ganha ela”.
Fonte: Expresso.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Hoje é um dia histórico! O governo caiu!

Há quem diga que hoje foi um dia bom, há quem diga que foi um dia mau para Portugal. A verdade é que a esquerda uniu-se e criou uma maioria no parlamento que conseguiu derrubar o governo de Passos Coelho, com as moções de rejeição.


Hoje foi um dia histórico para Portugal que teve o governo (de Passos Coelho) mais curto de sempre, ou seja, um governo que apenas durou 11 dias.

Passos Coelho num discurso que suscitou uma longa ovação de pé dos deputados do PSD e do CDS, o chefe do Governo alertou para os riscos das medidas de alívio da austeridade: “O que se promete hoje de alívio fiscal tem sempre um preço, porque se não tivesse estaríamos a fazer as mesmas promessas, cá aguardaremos pela factura.”


Responsabilizando António Costa pela formação da “maioria negativa” e de ser movido pela “ambição de poder”, Passos Coelho declarou que não sai e que vai ficar: “Se não me deixam lutar por ele [Governo], como quiseram os eleitores, lutarei no Parlamento, pelo qual tenho muito respeito.”

Enfim, a "guerra" já começou com a queda do governo, falta agora a palavra final do Presidente da República que se irá pronunciar nos próximos dias, mas tudo indica que este irá dar "o poder à esquerda" liderada por António Costa.

Recorde-se que os partidos da esquerda que chumbaram este governo foram o PS, PCP, BE e PEV.

Os próximos dias vão ser importantes

Há quem diga que um governo de esquerda vai ser um desastre, ha quem cante vitória e diga que vem ai um futuro bom e há quem fique na incerteza.

Outros dizem que o mais acertado é esperar e ver a realidade dos tempos de mudança...enfim muita coisa está a acontecer e os próximos dias irão revelar muitas mais coisas...vamos aguardar e ver o que acontece....

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

O politólogo francês Jean-Yves Camus destaca nesta quarta-feira no seu habitual comentário no jornal satírico Charlie Hebdo a “união da esquerda” contra a austeridade em Portugal e encoraja a esquerda espanhola e francesa a seguirem o exemplo.

Fonte da imagem: Expresso.
“Em Portugal, a união da esquerda faz a força”, lê-se no título do texto, que não tem um tom sarcástico.

“Contra as políticas de austeridade, os comunistas e a esquerda antiliberal parecem dispostos a fazer uma frente comum com o PS. Como na Grécia, com concessões ao realismo para salvar o essencial: bater a direita anti-social”, escreve Camus.

Para o politólogo, o secretário-geral do PS, António Costa, fez “renascer a esperança na sua família política” ao propor um acordo à esquerda e os seus aliados “deram mostras de realismo, mostrando que a esquerda antiliberal pode ser mais do que um protesto e/ou uma utopia”, quando aceitaram abandonar o princípio de uma saída do euro.

O politólogo, especialista em extrema-direita, congratula-se por outro lado com “o belo símbolo” de Portugal demonstrar que não tem de ser “esta família política a beneficiar com a recessão”, como em França, e de o país mostrar “tolerância cultural” ao tratar como “um não-assunto” a origem goesa do “mestiço” António Costa.

“A esquerda espanhola deve reflectir nas lições das eleições portuguesas se quer, a 20 de Dezembro, pôr fim ao reino do muito direitista Partido Popular. A esquerda francesa também se podia interessar”, aconselha. Fonte: PÚBLICO.

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

No mesmo dia em que o Bloco de Esquerda diz que a coligação acabou, a coligação PSD/CDS enviou durante a tarde de segunda-feira, 12 de Outubro, um documento com vista a uma viabilização do Governo com o apoio do Partido Socialista. Cabe agora ao PS marcar a hora da reunião com a coligação.

"Documento facilitador de um compromisso entre a Coligação Portugal à Frente e o Partido Socialista para a governabilidade de Portugal". Este é o nome do documento enviado esta segunda-feira, 9 de Outubro, pela coligação PSD/CDS a António Costa.

Este envio surge depois de o líder socialista ter dito durante a manhã aos jornalistas, à margem do encontro com o Bloco de Esquerda, que o Partido Socialista iria adiar a reunião da sua Comissão Política, a realizar esta terça-feira, por não terem sido ainda entregues as propostas da coligação PSD/CDS para a viabilização do Governo. Horas mais tarde, a coligação partilhou numa nota à comunicação social que o documento foi enviado pelas 15h50 "na sequência do acordado na reunião do dia 9 e no escrupuloso cumprimento do calendário então acertado", pode ler-se. 

Fotografia da Coligação PSD-CDS em reunião com António Costa


A mesma nota enviada pela coligação PSD/CDS informa ainda que caberá agora aos socialistas propor a hora da reunião entre as duas delegações prevista para terça-feira, 13 de Outubro.

Este será o segundo encontro entre a coligação PSD/CDS e o PS. Recorde-se que na última sexta-feira, 9 de Outubro, as duas forças políticas reuniram, sem, no entanto, terem resultado soluções. A reunião da semana passada, descrita como "inconclusiva", "não apresentou propostas", comentou o secretário-geral do PS à saída da reunião. Do mesmo se queixou a coligação PSD/CDS, com Passos a apontar a ausência de propostas do PS e a mostrar abertura quanto à revisão de compromissos.

O líder socialista tem estado a reunir com os vários partidos desde a última semana. Depois da reunião com o PCP, Costa reuniu esta segunda-feira com o Bloco de Esquerda, com o partido Pessoas-Animais-Natureza e foi também recebido pelo Presidente da República, Cavaco Silva. Fonte: Jornal de Negócios.
A porta-voz do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, afirmou, esta segunda-feira, que estão reunidas condições para um entendimento entre o BE e o Partido Socialista tendo em vista um programa de Governo.

Foto de Catarina Martins do Bloco de Esquerda e António Costa do PS

À saída de um encontro entre os dois partidos, Catarina Martins disse que o Governo da coligação PSD/CDS terminou hoje, já que os partidos não vão ter o apoio do parlamento para formar Executivo, e que é tempo de avançar para uma alternativa.

"Fica hoje claro que o Governo de Passos Coelho e Paulo Portas acabou".


Questionada sobre o que foi falado na reunião, a porta-voz do Bloco de Esquerda disse que foi discutido um programa de Governo e pontos comuns, que podem garantir um entendimento para que o PS forme Governo com o apoio do BE.

Catarina Martins não confirmou, nem rejeitou, que o BE possa vir a integrar este eventual Governo PS.

A porta-voz do Bloco de Esquerda garantiu, ainda, que ficaram agendadas novas reuniões entre os dois partidos durante esta semana.

Também o secretário-geral do Partido Socialista, António Costa, considerou positiva a reunião com o Bloco de Esquerda, destacando os vários "entendimentos" e "pontos de convergência" entre os dois partidos, tendo em vista o futuro do país.

" Tivemos com o Bloco de Esquerda uma reunião muito interessante, onde foi possível identificar de modo positivo um conjunto de matérias passíveis de convergência entre os dois partidos", disse o líder socialista à saída do encontro.

António Costa salientou que existem divergências "públicas" entre os dois partidos, porém disse que a reunião assentou nos pontos comuns, como o interesse em recuperar "os rendimentos dos portugueses".

"Quanto às divergências, elas são públicas e não faz sentido debatê-las. O que faz sentido é trabalhar no novo quadro parlamentar para que o país possa ter um Governo estável e que corresponda à vontade popular no sentido de que exista uma alteração de política no respeito escrupuloso pelo quadro constitucional. (...) Há um objetivo comum: recuperar os rendimentos dos portugueses."

Em conferência de imprensa, António Costa disse, ainda, que vai adiar a reunião com a coligação PSD/CDS prevista para amanhã. Fonte: TVI24.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Passos abre a portas a negociação com socialistas. Costa diz que não alimentará "maiorias negativas". BE rejeita "direita minoritária". Jerónimo diz que PS tem condições para ser governo.

Foto de Passos Coelho
"Para nós celebrar é só com maioria absoluta", afirma, decidido Fernando Catarino, um apoiante da coligação, sentado com a sua mulher, Maria Teresa Pacheco Nobre, numa das mesas do bar do hotel, que foi palco da noite eleitoral da coligação Portugal à Frente. No piso de baixo, onde, ao longo da noite se foram juntando dirigentes do PSD e do CDS, governantes e centenas de apoiantes, era notória a mesma sensação, mas contida, de Fernando Catarino.

A vitória tinha um quê de sabor amargo. A coligação não tinha alcançado a maioria "positiva", ou "inequívoca", ou "boa", como tantas vezes adjetivou Passos Coelho ao longo da campanha eleitoral, porque nunca quis utilizar a palavra "absoluta".

"Se morrermos na praia será por muito pouco, mas a vitória é inequívoca de qualquer forma", expressava Nuno Magalhães, o cabeça de lista do CDS, eleito por Setúbal, quando ainda havia uma ténue esperança que a coligação pudesse ultrapassar os 50% dos votos, como nas legislativas de 2011.

Perto das 18.30, meia hora, portanto, antes de fecharem as urnas no território continental, começaram a circular algumas sondagens que davam já a coligação como ganhadora. "Estou aqui a disfarçar para não explodir de alegria", confessava ao DN um vice-presidente do PSD, agarrado ao telemóvel, não conseguindo esboçar um sorriso. No minutos que antecederam a divulgação das primeiras projeções, havia um frenesim incessante de gente pelos corredores, num sobe e desce dos elevadores, que se foi dirigindo para a frente dos ecrãs. Em sincronia absoluta, acompanhou a contagem decrescente dos canais televisivos. Quando se visualizaram os resultados, irromperam aos gritos "Portugal! Portugal!" e aplaudiram ruidosa e fortemente a vitória. Na "fila" da frente estavam a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, ao lado de Braga de Macedo ,que ocupou a mesma pasta, no governo de Cavaco Silva. Não se ouviu nunca entoar as siglas dos partidos da coligação, PSD e CDS, tal como aconteceu durante toda a campanha eleitoral. As palavras de ordem oficiais foram esta noite, tal como nos outros dias e noites de campanha, apenas "Portugal!" ou "Portugal à Frente", separando as duas palavras uns segundos.

Nas quase três horas que se seguiram, até ser dado como certo que a maioria tinha ficado perto, mas na "praia", onde a coligação não tinha chegado, observou-se um corre-corre entre os pisos mais abaixo, onde estava a imprensa e os convidados, e o 12º andar, onde Pedro Passos Coelho e Paulo Portas se instalaram com o seu staff. Passos teve com ele Laura Ferreira, a mulher, que apareceu pela primeira vez neste processo eleitoral.

No corredor, junto à porta da suite, guardada pelos seguranças pessoais do primeiro-ministro, o vice-presidente do PSD, Matos Correia, o eleito por Viana do Castelo, Carlos Abreu Amorim, andavam de um lado para o outro, agarrados ao telefone, ainda antes de António Costa discursar. A reação dos líderes da coligação estava a ser preparada lá dentro e o seu tom dependia das palavras do dirigente do maior partido da oposição. Com Passos estava Marco António Costa, vice-presidente do PSD e com Paulo Portas, Pedro Mota Soares, vice-presidente do CDS, na primeira linha de apoio.

Na sala dos convidados, iam-se ouvindo os resultados, em direto nas televisões, mas também através dos vários militantes que, de telemóvel ao ouvido, iam sabendo as votações dos seus concelhos e distritos. "Em Azambuja, que é PS, estamos a perder só por 40 votos nas mesas dos mais velhos, mas a ganhar de longe nas mesas dos mais jovens!", exclama uma mulher.

Havia também conversas sobre a possível constituição do novo governo, quem pode ficar, quem deve sair, que tem mesmo de sair. Rui Machete, o ministro dos Negócios Estrangeiros, foi dos primeiros a chegar à sede de campanha e dos últimos sair. Preparado para o novo governo? "Isto é uma missão. Eu tenho a minha profissão. Depende se for necessário o esforço. Será o que o primeiro-ministro entender", declarou.

Faziam-se análises aos resultados, que muitos admitiam como "impensáveis há seis meses" e faziam-se as contas à estratégia de campanha da coligação. "Foi tudo muito bem pensado e planeado. Passos era a figura de estadista, Portas o que ia para o ringue de boxe quando necessário", dizia um conhecido cavaquista, que acompanhou as campanhas do atual Presidente da República. Por outro lado, acrescentou, "houve, a partir da segunda semana de campanha, uma grande desilusão com António Costa e em política, quando não se sabe gerir as expectativas isso paga-se muito caro. O voto útil acabou por funcionar contra o PS".

Para Sofia Aureliano, autora da biografia autorizada de Passos Coelho - Somos o que escolhemos ser - a vitória, mesmo sem maioria, é o resultado das "características que se lhe distinguiram nos últimos quatro anos, como a perseverança e a resiliência. Passos soube transmitir às pessoas a ideia de confiança e previsibilidade.

Foi em silêncio quase total que dezenas de apoiantes da coligação se colaram aos vários ecrãs de televisão para ouvir a declaração de António Costa. As suas palavras deixaram um desconforto latente. "Fica tudo um bocado pantanoso...", comentava um dirigente. Quando, terminado o discurso do secretário-geral do PS, os socialistas aclamaram aos gritos de "Costa! Costa!", aqui as palavras entoadas foram, mais uma vez, "Portugal! Portugal".

Um mar de gente, centenas, dirigentes, governantes, militantes, anónimos, começaram depois a afluir à sala onde Passos e Portas iriam falar. No 12º andar o discurso de Costa não foi o esperado, garantiram ao DN fontes que estavam no círculo mais próximo dos líderes. "Podia ter sido mais ao centro, mas foi sentido como uma viragem à esquerda", confidenciou. Demorou pouco menos de 20 minutos até Passos Coelho e Paulo Portas descerem, acompanhados, sempre, pelas palavras de ordem da campanha. Passos Coelho, garantiu respeitar "humildemente" a decisão dos portugueses de não ter dado a maioria à coligação, mas vincando o seu desejo de estabelecer "compromissos" para governar "para todos" os portugueses. "As nossas obrigações de Governo obrigam-nos a pôr de lado as bandeiras partidárias e a juntar todos os que querem construir um país melhor para o poderem fazer com o governo. Tomarei a iniciativa, no plano parlamentar, de contactar o PS no sentido de junto do PS procurar os entendimentos que são indispensáveis, as reformas importantes e estruturantes".

Paulo Portas não resistiu a atirar uma farpa a Costa, comparando os resultados eleitorais do PS - uma "derrota inabalável" - com os das europeias. "Toda a gente sabe quais foram as consequências no partido", frisou. Analisando o aumento dos votos à esquerda, considerou que essa evolução "nada tem a ver" com o que aconteceu em Espanha ou na Grécia. "Não vale a pena apelar a qualquer insurreição", salientou. Fonte: DN-Política.